Ah… Essa saudade…
Meu pai veio me visitar durante 17 dias e partiu no final de setembro. Ficamos praticamente 6 meses longe e por conta disso eu queria fazer esse post para vocês que sempre me perguntam como eu lido com a saudade da família que permaneceu no Brasil.
Bom, eu confesso que não sinto saudades. Digo, eu sinto a falta das pessoas quando eu quero falar com alguém e não posso, seja pela distância ou pelo horário. A internet facilita muito a vida da gente que está longe. Mas saudade saudade daquela que chega a doer, eu não sinto, como muitos amigos meus aqui sentem. Pode ser porque eu estou há apenas 6 meses longe da minha família e não 1 ano, 2, como muitos aqui estão.
De qualquer maneira, nesse período todo houve apenas um momento em que eu comecei a ficar muito angustiada de saudade: quando faltavam 2 semanas para o meu pai chegar. Acho que foi muito mais relacionado com a possibilidade de vê-lo novamente e acabou trazendo uma certa excitação e quebra da minha rotina. Eu passei as duas semanas antes dele chegar aqui só pensando nisso. Eu não conseguia nem estudar direito pensando nisso. E aí a saudade começou a aparecer porque comecei a lembrar de vários momentos com ele e tudo o que eu gostaria de fazer com ele aqui no Canadá.
Aproveitar aqueles poucos momentos que os 17 dias poderiam nos oferecer juntos.
E a despedida, depois desses dias é sempre muito dolorosa. Pra mim, mais porque eu sempre fico pensando que algo pode acontecer com eles e que essa poderia ter sido a última vez que vi cada um deles. Isso que me angustia, mas passa quando voltamos a rotina normal de conversar sempre pela internet.
Bom, mas sem mais delongas: o que eu faço para não sentir saudade?
Eu tento incluir meus pais na minha rotina. Amigos é muito mais difícil e eu confesso que não mantenho contato com os meus amigos do Brasil. Mas com o meu pai, por exemplo, todo domingo de manhã, 8 da manhã é o meu horário para conversar com ele por uma hora. É o momento certo da minha semana em que vamos conversar e falar mal da vida alheia. Eu confesso que me sinto muito mais próxima dele conversando nessa uma hora por dia com ele do que me sentia no Brasil, quando estávamos com outras pessoas por perto e sempre com celular falando com 300 pessoas, mas apenas na presença dele. É diferente.
Mas o que eu quero dizer é que quando isso se torna rotina, a gente sofre menos. Minha cunhada, por exemplo, conversa com a minha sogra todo dia depois do trabalho. Pra ela, talvez essa seja a medida necessária para não sentir saudade.
Então, o meu conselho é: se não há jeito de conseguir ir ver as pessoas pessoalmente de vez em quando ou trazê-las para o Canadá para visitar, tente trazê-las para o seu dia-a-dia virtualmente, sempre num mesmo dia, num mesmo horário, como se fosse um almoço de sábado na casa da avó.
Não vai ter beijo, não vai ter abraço, não vai ter carinho, mas todo o resto tem.
E digo mais, com a minha mãe já não funciona assim: Não temos dia nem horário certo pra conversar porque ela tem uma agenda mais complicada, a vida mais atribulada e isso torna a relação mais complicada mesmo que virtualmente porque eu nunca sei quando vou poder conversar com ela de novo.
Acho que eu não disse nenhuma grande novidade para vocês, mas pelo menos mostrei um pouco da minha experiência.
Aqui o post que eu fiz sobre quando fiquei homesick: http://kittynocanada.com/home-sick-pior-parte-intercambio/